terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Conto de Ficção - 1

Sentia o calor escaldante secando meu suor antes que ele pudesse tocar o solo. Milhares de grãos espancavam meu rosto enquanto uma brisa abafada soprava todo o meu ser. Sentia meus braços, minhas pernas, minha cabeça, meu tronco. Todo o meu corpo. Eu ainda podia senti-lo. E ele estava intacto. Ainda com os olhos fechados ajoelhei-me. Senti meus joelhos e minhas mãos sendo cobertas por milhares de grãos, os mesmos grãos que acertaram meu rosto instantes atrás. Pus-me de pé. Sacudi a cabeça, bati em meu corpo tirando toda a areia que o cobria, em meu cabelo, minhas roupas, meu rosto. E abri os olhos.

─ ... Onde é que eu tô?

Para qualquer lado que eu olhasse, só via areia. Branca, fina, formando dunas intermináveis. Apenas areia. Olhei para o céu, e não vi uma nuvem sequer. Nem ao menos o sol estava lá para iluminar o local. Comecei a andar, e senti meu corpo pesado. Muito pesado. Cada passo era desgastante. Eu mal conseguia levantar os pés do chão, apenas arrastá-lo. Não havia ninguém ao meu redor, e respirar fazia minhas narinas arderem. Eu gritava. Clamava por socorro, mas ninguém respondia. Nem mesmo o vento soprava. Mas as areias se agitavam. Espera. Não, elas não se agitavam. Elas se agitaram. Alguém próximo. Muito próximo, e muito veloz. Eu nem ao menos posso ver quem seja, meu corpo está pesado e não consigo me mover rapidamente. Ele está ali. Ou seria ela? Pois bem, aquilo está diante de mim. Mas o que de fato é aquilo? É grande, sem pelos, o que parece ser a sua cabeça aparenta ser uma extensão do corpo, sem pescoço. A boca aberta com presas salientes. A baba escorre. Ao invés dos olhos havia apenas duas fendas que se movimentam como focinhos. Abrindo e fechando. Como se aquela coisa sentisse o cheiro da presa a quilômetros de distância. Enquanto aquilo avança, percebia que o ser possuía três pares de patas, e a cauda era igual a cabeça. Apenas continuação do corpo. Tentei correr, mas era inútil. Estava tão cansado que respirava com dificuldade. E aquilo vinha na minha direção. Quando repentinamente aquilo salta, estendendo quatro patas em minha direção, ergo meus braços e o seguro no ar. Instintivamente arremesso o monstro para o lado. Ele cai na areia de costas, e todo seu imenso corpo gira, em seu próprio eixo, a fim de que voltasse a posição de ataque novamente. A cabeça ficava parada, no entanto, de ponta cabeça, virada para mim. A boca aberta, a baba escorrendo novamente, porém dessa vez, as fendas ficam abaixo da boca. A cauda começava a se agitar violentamente, chicoteando a areia, arremessando-a para os lados. Sentia um cansaço profundo, minha vista fica turva. Cai de joelhos, ainda tentando mantê-lo sobre minha vigilância. Ele começa a me circular, ainda agitando a cauda freneticamente. Meus olhos pesavam, assim como o ar ao entrar em meu pulmão... Ele se endireita, pronto para dar o bote. Antes de perder os sentidos eu escuto gritos. Mais parecidos com grunhidos altos, muito altos. Ainda cambaleante, vejo a fera se ouriçar. Algo como se fossem espinhos de um ouriço começam a surgir por seu corpo, e a cauda vai parando de se agitar. A sensação de vertigem começa a enfraquecer... Ao olhar no entorno vejo mais criaturas surgirem, porém essas eram... diferentes. Usam capuzes vermelhos, que cobriam a cabeça, mas que deixam descobertos o corpo, grande e redondo, de onde se projetam os quatro pares de patas. Sob a penumbra do capuz, duas bolas vermelhas são avistadas, um par de antenas enfeitam a cabeça, e um par de braços muito finos segurando uma espécie de lança se projeta para frente, logo abaixo da cabeça. Estas criaturas aparecem grupo de 8 e rapidamente cercam a fera. Aparentam ser inteligentes, racionais. Utilizam a lança ameaçando espetar a fera, que parece um enorme porco espinho agora, para levá-la a uma armadilha. Ao pisar sobre a armadilha, essa fecha-se ao redor da fera que passa a rosnar ameaçadoramente. Então, mais ao longe, vejo surgir um enorme ser. Facilmente maior que o maior elefante existente, mas totalmente coberto de pelos, e misteriosamente, sem cabeça. Apenas um chifre sobe do meio de sua fronte, e, sentado sobre a criatura gigantesca, está mais uma criatura de capuz vermelho segurando no chifre, como se a conduzisse. As outras criaturas encapuzadas prendem a armadilha em uma das patas traseiras da criatura peluda e gigantesca, e então viram-se em minha direção. Rapidamente me ponho em posição de combate, mostrando que não sou burro como aquela fera. Elas me cercam, e me ameaçam com lanças. Quando uma delas se aproxima mais, agarro a lança, e a agito, fazendo assim com que a criatura soltasse a lança, e as outras se afastassem. Por mais desvantajosa que fosse a situação, eu ainda era maior que aquelas criaturas, que mal alcançavam minha cintura. Eu então passei a brandir a lança, agitando-a afastando as criaturas, ou assim imaginei. Quando pensei ter tudo sobre controle, a criatura peluda surge pulando sobre as encapuzadas, e uma boca enorme surge do meio daqueles pêlos. Ela me engole em uma bocada só, e quando tento espetar sua boca com a lança, esta se despedaça. A saliva da criatura começa a envolver meu corpo, prendendo-me. Sinto meu peito apertar, o ar já não chega aos pulmões. Tudo ao meu redor está sumindo, estou ficando tonto. É finalmente... Acabou.

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Texto revisado por: Cris Mendes

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Chegada!

Yo! o/

Ólá à todos que aqui estejam agora. Após muito deliberar, e divagar, eu por fim me convenci a criar um blog. Aqui nesse blog pretendo expor algumas de minhas criações, voltadas mais para uma saga de ficção cíentifíca como histórias, estudos, esboços e o que mais eu conseguir criar e colocar aqui.

Espero que todos que aqui entrem, continuem me acompanhando e compartilhando comigo de suas opiniões quanto as minhas idéias. Críticas são sempre bem vindas, tanto construtivas quanto destrutivas.

E é isso, agora, é só esperar pelas primeiras postagens, certo?

Até lá!